Apae Brusque promove encontro entre famílias de alunos no Dia Internacional da Síndrome de Down


Objetivo foi proporcionar um momento de troca de experiências e um espaço para falar sobre os desafios e conquistas

Na tarde de quinta-feira, 21 de março, data lembrada como o Dia Internacional da Síndrome de Down, a Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) de Brusque realizou um encontro entre as famílias dos alunos da instituição.
Mediado pelas psicólogas Kamila de Azevedo, Ana Flávia Coelho, Rafaela Alves Bandeira e pela orientadora pedagógica do Programa de Estimulação Precoce, Juliana Silva do Nascimento, o encontro teve como objetivo aproximar e promover a troca de experiências entre os pais dos usuários dos três centros que formam a Apae de Brusque: Clínica UniDuniTê, Centro de Convivência Ruth de Sá (Cecon) e Instituto Santa Inês.
“Organizamos esse encontro para comemorar esse dia e com a proposta de reunir os pais dos três centros da Apae para falar sobre suas vivências, desafios e conquistas. Tivemos pais de bebês, crianças, adolescentes e adultos participando e contando suas experiências sobre cada fase”, destaca a psicóloga Rafaela Alves Bandeira.
A psicóloga Kamila de Azevedo, destaca a importância de promover um momento de troca de experiências entre as famílias que, muitas vezes, têm sentimentos semelhantes. “Temos mães que estão chegando agora e estão naquele processo de entendimento e aceitação, então poder conversar, trocar experiências sobre as diversas fases do desenvolvimento, ajuda e fortalece, porque elas percebem que não estão sozinhas”.
Ana Flávia Coelho, que atua como psicóloga no Instituto Santa Inês, também ressalta a importância do encontro, principalmente para famílias que têm diagnóstico recente. “As famílias chegam assustadas, porque é tudo muito novo, e ter a oportunidade dessa troca com os pais dos alunos mais velhos é muito rico, porque eles podem falar dos desafios que tiveram, como superaram e também dos que estão enfrentando hoje”.
Ao todo, 20 pais e mães de educandos da Apae de Brusque participaram do encontro. A orientadora pedagógica Juliana Silva do Nascimento destaca que a intenção é dar continuidade a esse trabalho de aproximação entre as famílias. “Quem sabe daqui não sai um grupo para eles terem uma troca lá fora também, como mais uma rede de apoio”, completa.

Sabores da vida
Durante o encontro, as profissionais organizaram uma dinâmica envolvendo os sabores da vida: doce, amargo, salgado e azedo. Em uma mesa posicionada no centro, foram disponibilizados açúcar, café, sal e limão, representando os sabores. Cada pai ou mãe, pode escolher um ou mais sabores para representar, na visão deles, a trajetória da vida com o filho até o momento, falando também dos desafios e conquistas. “A proposta foi justamente fazer eles refletirem e trazerem o quanto pode ser doce, salgado, azedo e amargo, mexendo com o lúdico e também ressignificando as experiências”, destaca Rafaela.

Apoio é fundamental
Mãe de Julia, 20 anos, a cozinheira Jaqueline Oliveira, 57 anos, foi uma das participantes do encontro. Ela conta que o processo de descoberta da Síndrome de Down foi difícil, mas com o passar do tempo, as coisas foram ficando mais fáceis, devido, principalmente, ao apoio que recebeu de outras mães.
“Sempre quando tem encontro, reunião, eu procuro vir, porque é muito importante. Quando a Julia era pequena, também entrei em contato com outras mães e foi muito importante para mim. Tem mães que ficam perdidas no começo e com o tempo vamos conseguindo com que a criança ou o adolescente tenham uma vida com mais autonomia”.
A aposentada Rosália Dalcastagné Pereira, 71 anos, também decidiu participar do encontro por considerar a troca de experiências fundamental na criação de uma criança com Síndrome de Down.
Mãe da Larissa, de 27 anos, ela conta que quando recebeu o diagnóstico da filha, não sabia nada sobre a deficiência e ficou perdida sobre como proceder. “Quando o médico veio me falar, eu não sabia qual era o problema. Demorei para entender, mas aceitei. O mais difícil não é ela ter Síndrome de Down, mas os problemas de saúde além da síndrome, principalmente os cardíacos. Esse encontro hoje é muito importante para mim e para as outras mães porque todo mundo precisa de uma força, um apoio”, considera.